Fobias

Sabia que...


As fobias afectam todas as idades, todos os estratos sociais, estilos, países e culturas. O instituto americano de psiquiatria para a pesquisa e educação relatou que, 7,8% dos adultos americanos tinham fobias apresentando-se esta como a doença psiquiátrica mais comum nas mulheres de todas as idades e a segunda doença mais comum entre os homens com idade superior a 25 anos.


Uma em cada quatro pessoas sente fobias!


Ciclo vicioso das fobias


Quem sofre de fobias tem as suas crises de pânico desencadeadas por uma situação específica (neste caso, as fobias) no cérebro. Quando começa a sentir as sensações de luta, fuga entre outros, é inundado por  imagens de catástrofe. Essa interpretação dos sintomas como sendo uma catástrofe é recebida pelo cérebro novamente, aumentando os sintomas a níveis elevados.  
Ao mesmo tempo, a sua respiração fica bastante alterada, o que muda a química do sangue de maneira significativa. Essa mudança, por si só, desencadeia novas crises, ou seja, surgem sintomas por vezes assustadores e muito desagradáveis. Isto acaba por confirmar na cabeça da pessoa fóbica que realmente os sintomas iniciais indicavam um grande problema. Noutras palavras, os sintomas asseguram na imaginação da pessoa que ela realmente corre perigo. Essa situação é detectada pelo cérebro, que tenta ajudar pela única maneira que consegue: Aumenta/desencadeia novas reacções de luta ou fuga e novas crises de pânico.

Alcoolismo marca fobia social

“Uma parte importante dos alcoólatras fica dependente da bebida para aliviar os sintomas de outra doença psiquiátrica, a fobia social --medo de ser julgado por outras pessoas.

     Ou seja, cachaça, uísque e cerveja são utilizados como uma espécie de automedicação indevida contra sensações como tremores e "brancas” que atingem os fóbicos sociais quando se expõem ao público.
     O alerta é de uma pesquisa do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Universidade Federal de São Paulo. Os resultados foram aprovados para publicação em uma revista científica norte-americana de destaque, a "Comprehensive Psychiatry”.
     O estudo dos psiquiatras Dartiu Xavier da Silveira e Mauro Barbosa Terra, com 300 alcoólatras que já tinham sido internados, descobriu que 25% sofriam de fobia social. E que 90% deles começaram a beber após início dos sintomas do "medo de gente", que melhoravam quando estavam intoxicados pelo álcool.
     "A fobia social precedeu a utilização do álcool, o que reforça a hipótese de ingestão de bebida como automedicação", afirmam os autores. "É provável que tenham se tornado alcoólatras devido à própria fobia social", diz Silveira
     Segundo o psiquiatra, um dos dados mais preocupantes foi o facto de 80% dos pacientes que tinham fobia social não receberem tratamento específico para o problema, apesar de terem atendimento médico. Nesta situação, poderiam voltar a buscar o álcool como "remédio”.
     "O trabalho é extremamente relevante", diz Márcio Bernik, que coordena o Ambulatório de Transtornos de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria da USP.
     Segundo Bernik, o estudo, embora não trate da maioria dos casos de alcoolismo, traz respostas para uma "minoria significativa".
     Ele explica: estudos apontam hoje que a maioria dos alcoólatras desenvolveu a doença em razão de situações familiares ou problemas sociais, como o desemprego. Em geral, são pessoas de personalidade expansiva, que gostam de festas, e chegam à dependência em decorrência do tempo e da quantidade de consumo de bebida.
     Mas, para uma parte que não é desprezível, a origem pode ser a fobia social, doença tratável com antidepressivos e psicoterapia.
     "O abuso do álcool também pode ser consequência de longo prazo de um transtorno de ansiedade [como a fobia social]", diz Bernik.
     Estudos internacionais mostram que 30% da população julga ter algum grau de timidez e 13,5% atingem critérios que diagnosticam fobia social. Das pessoas que fazem parte do último grupo, 3,5% têm prejuízos muito graves, como não ter nenhum relacionamento amoroso durante a vida.
     Os transtornos de ansiedade como a fobia social costumam surgir durante a juventude. "A doença é crónica e não desaparece sozinha", afirma Bernik.
     O representante comercial (M, 44 anos) diz que era muito envergonhado desde a adolescência. Já adulto, tomava uísque quando ia fazer uma exposição aos colegas.
     "Fui me soltando via bebida. Até que virei alcoólatra. Só que não adianta. A conta vem. Perdi o contacto com as minhas irmãs, a minha mulher. Só não virei indigente porque fui buscar ajuda.”
     As bebedeiras, diz M., mudavam sua personalidade, geravam amnésia. "Tenho uma filha de 17 anos. Ela sempre foi uma princesa para mim. Mas andei falando coisas que não deveria. Até hoje estou tentando me reconciliar. Ainda estou numa guerra", disse ele, que, agora sob tratamento, também tenta voltar a viver com ex-mulher. Ontem ele almoçou com as duas.”



Fonte:Folha de São Paulo”




SATA lança programa para quem tem medo de voar

A companhia aérea açoriana SATA lançou um programa especialmente dedicado aos passageiros que sofrem de aerofobia, que recorre a técnicas diversas destinadas a controlar o medo de voar.
De acordo com comunicado, numa primeira fase, o programa "Happy Flyer - Voar Com Um Novo Sorriso" tenta apurar as causas da fobia, recorrendo depois ao aconselhamento e à demonstração das condições de segurança nas operações de voo, com visitas guiadas à manutenção de aviões.
Numa fase mais avançada, e caso seja solicitado pelo passageiro, o programa prevê ainda uma viagem acompanhada a um destino a combinar, para verificar se o desconforto do passageiro regrediu.

07.MAR.2011- Alma de Viajante (jornalismo de viagens)